Como lidar com o medo e cultivar confiança no desenvolvimento dos filhos.
Uma carta para mães que enfrentam desafios com coragem.
Toda mãe conhece o medo, ele chega no instante em que pegamos nosso filho nos braços. Já conhecemos o mundo, sabemos do que ele é capaz. Ser mãe de uma criança com deficiência é ainda mais amedrontador, e a vontade de pegá-la nos braços e protegê-la do mundo inteiro é imensa.
Foi por causa desse medo que, durante muitos anos, crianças com deficiência viveram escondidas em suas casas. Mas sempre existiram mães audaciosas, que se recusaram a aceitar os rótulos impostos a seus filhos. “Quem eram aquelas pessoas para dizer o que eles poderiam ou não ser?” E assim, mesmo com o coração carregado de medo, elas decidiram fazer diferente.
O medo vem do desconhecido, e cada vez que uma mãe conhece verdadeiramente seu filho, esse desconhecido desaparece um pouco mais. Não é fácil e, possivelmente, nunca será. Mas isso é ser mãe — enfrentar um desafio maior a cada fase da vida dos filhos.
Ser mãe é um treino constante de amor e paciência. Eu tinha medo de como o mundo acolheria minha filha, se ele seria bondoso ou se fecharia todas as portas diante dela. Mas hoje vejo que ela abre seu próprio caminho.
Com amor, paciência e dedicação, ela aprende, se expressa, sonha com a profissão que deseja. E o que ela deseja? Ensinar. Ela quer dar a outras crianças as oportunidades que recebeu. Ela quer ser professora. E isso enche meu coração de orgulho e alegria.
E o medo? Ah, ele ainda está aqui. Nunca vai embora completamente. Algumas vezes sussurra baixinho no meu ouvido. Mas sabe o que eu faço todos os dias? Respondo a esse medo:
“Você não define quem ela será. Essa decisão é dela. E todos os dias, ela escolhe ser mais do que o mundo disse que poderia ser.”
Por isso, mãe, se hoje você sente medo, saiba que é normal. É natural. Você não está sozinha. Todas nós sentimos e jamais deixaremos de sentir. Afinal, são nossos filhos. Porém mais forte do que o medo deve ser a esperança e a confiança neles. Somos a ponte entre o que disseram que eles seriam e aquilo que nasceram para se tornar. E eles sempre vão nos surpreender